Agora são as palavras de Fernando Pessoa que a aconchegam...
A pálida luz da manhã de
Inverno
A pálida luz
da manhã de Inverno,
O cais e a
razão
Não dão mais
esperança, nem uma esperança sequer,
Ao meu
coração.
O que tem
que ser
Será, quer
eu queira que seja ou que não.
No rumor do
cais, no bulício do rio
Na rua a
acordar
Não há mais
sossego, nem um vazio sequer,
Para o
meu esperar.
O que
tem que não ser
Algures
será, se o pensei; tudo mais é sonhar.
Fernando Pessoa
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