terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A árvore de inverno

A árvore de Natal despiu-se de enfeites e ficou nua de cor...
Agora são as palavras de Fernando Pessoa que a aconchegam...



A pálida luz da manhã de Inverno 

A pálida luz da manhã de Inverno,
O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem um vazio sequer,
Para o meu esperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.


Fernando Pessoa 





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