terça-feira, 13 de abril de 2021

"GERAÇÃO ZOMBI" - TEXTO DE BEATRIZ GRÁCIO


A experiência do último confinamento e as sete semanas de ensino à distância levaram a aluna Beatriz Grácio, do 9.ºE, a escrever o texto que abaixo se transcreve:

ESCOLA SE EU QUISER

Entre nós, jovens, ainda há quem pense que temos o dever de estar atentos àquilo que nos rodeia. E, graças a Deus, em cerca de trinta jovens ainda existem três que ligam a câmara e o microfone nas aulas on-line. Agora era o momento de dizer: "Esta estatística não é fiável, apenas uma estimativa!" Mas veio exatamente do que observo nas minhas próprias aulas.

Como vi no outro dia na Internet (que agora já não se diz "como li naquele livro...", apenas se diz "li no Facebook que", porque o Facebook é uma Bíblia, muitíssimo fiel à realidade, onde todos os humanos puseram a mão e juraram dizer apenas a verdade e nada mais): "A escola on-line é muito perigosa, porque parece opcional, mas não é". Ora, mas esperava-se que a dita "geração Z", com um telemóvel à frente, fosse escolher prestar atenção às aulas?

Esta chamada "geração Z" é a coisa mais esquisita que já vi, para ser sincera. Não me perguntem porque se chama "geração Z", para mim o Z encaixa perfeitamente com "zombie". A geração "zombie, de pijama e cheia de olheiras com o cabelo despenteado à frente do computador. Câmara e microfone desligados, obviamente, e telefone nas mãos. Porque raio haveria de querer esta geração "zombie" ouvir um professor a falar, quando pode navegar nas muitas Bíblias sagradas, as redes sociais?  Pensar no futuro dá demasiado trabalho!                                                                  

Texto publicado na revista ABARCA (n.º 450, de 1 de abril de 2021)

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